‘1001 Albums You Must Hear Before You Die’ (1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer), é um livro de referência musical editado por Robert Dimery, co-fundador da Revista Rolling Stone e que escreve para a Time Out e Vogue. Originalmente publicado em 2005, o livro é constituído por uma lista de 1001 discos lançados entre 1955 e 2008, escolhidos por críticos, divididos por décadas e organizados em ordem cronológica. O livro foi revisto em 2007, 2008 e 2009, para incluir álbuns recentes. Todos são analisados conforme a importância na época, impacto sobre o público e vendagem. Os brasileiros indicados são analisados por Andrew Gilbert, especialista em música brasileira. Os 1001 discos não são unanimidade e o ‘porque’ de uns estarem no livro e outros não, são perguntas inevitáveis, há muita porcaria e muitos esquecidos.

*** Agradeço ao amigo Feijó pela dica e incentivo.

0023. the dave brubeck quartet | time out (1959)

time out (1959)

‘Time Out’ foi planejado como um experimento, mas Goddard Lieberson, presidente da Columbia, resolveu liberá-lo e assim, tornou-se um dos mais conhecidos álbuns de jazz, apesar das críticas negativas na época. Em 2005, foi uma das 50 gravações escolhidas pela Biblioteca do Congresso para ser adicionado ao 'National Recording Registry'. Todas as peças foram compostas por Dave Brubeck, com exceção de "Take Five", de Paul Desmond. Era um experimento composto com base na utilização de assinaturas de tempo que eram incomuns para o jazz. Assinaturas de tempo, também conhecido como assinatura metros, é uma convenção de notação. Existem vários tipos de assinaturas do tempo: simples (3/4 ou 4/4), compostos (9/8 ou 12/8), complexos (5/4 ou 7/8), mista (5/8, 3/8 ou 6/8, 3/4) ou outros medidores. O jazz, na época em que esse disco foi criado, era tocado em 4/4 tempos. ‘Time Out’ rompeu com isso. "Blue Rondo à la Turk" começa em 9/8 e os solos de saxofone e piano são em 4/4. Muitos supõem incorretamente que “Blue Rondo à la Turk” é baseado em "Rondo alla Turca" da Sonata para piano n º 11, de Mozart, mas é baseado em um ritmo turco que Brubeck ouviu. "Strange Meadow Lark" começa com um solo de piano que não apresenta um compasso claro, mas depois se fixa num bastante comum 4/4. "Take Five", composta por Paul Desmond e imortalizada pela interpretação do 'Dave Brubeck Quartet', é símbolo de irreverência, singularidade, trabalho em equipe e da eterna busca pelo aprimoramento. A sua batida 5/4 revela a fuga do lugar comum, já que a maioria das músicas até hoje é escrita em 4/4, 3/4 ou ainda 2/4. A irreverência fez dela um ícone da inovação, pois em 1959, quando foi lançada, ia contra todas as recomendações das gravadoras para se obter um hit de sucesso. Dave Brubeck planejava lançar o álbum ‘Time Out’ quando pediu a Paul Desmond para compor uma música em 5/4. Os dois trabalharam juntos na composição do tema e dessa cooperação nasceu 'Take 5', que fez de 'Time Out' o primeiro álbum de jazz a ultrapassar um milhão de cópias vendidas. O pianista Dave Brubeck o líder nominal do grupo, considerado um gênio, dá início a abertura de ‘Time Out’ com "Blue Rondo a La Turk", o baterista Joe Morello acompanha e surpreende mantendo o tempo perfeito, ele brilha, particularmente na melodia "Pick Up Sticks". O saxofonista Paul Desmond toma o seu lugar entre os maiores instrumentais de todos os tempos, "Take Five". O baixista Eugene Wright marca habilmente a batida na melódica "Kathy's Waltz". A canção "Everybody's Jumpin" tem um swing sofisticado. ‘Time Out’ é um daqueles álbuns que transcende fronteiras musicais, a interação entre o piano de Brubeck e o saxofone de Paul Desmond torna este disco inesquecível e um dos mais poderosos do jazz. Uma obra-prima.


01. Blue Rondo à la Turk
02. Strange Meadow Lark
03. Take Five
04. Three to Get Ready
05. Kathy’s Waltz
06. Everybody’s Jumpin’
07. Pick Up Sticks


download:
Time Out (1959)


dave brubeck - take five






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