‘Lady in Satin’ é um clássico angustiante. Era o favorito de Billie Holiday, lançado em 1958, dezessete meses antes de sua morte. É nítida a sua voz doce, assustada de uma mulher espancada e enfraquecida pela devastação das drogas. Os arranjos elegantes são de Ray Ellis e explicam o poder dos desempenhos de Billie, cantando a sua dor e saudade numa relação entre arte e vida, o belo e o trágico. Segundo Ray Ellis, na música "I'm a Fool to Want You" havia lágrimas nos olhos de Billie. Talvez o momento mais comovente da história da música está em "But Beautiful", é o clímax emocional de uma canção sobre os paradoxos da vida e do amor. A voz de Billie sumindo com a elegância arrebatadora das orquestrações de Ray Ellis. Billie inscreveu essas canções profundamente em seu coração para sempre, mas exigiu uma incisão cirúrgica dolorosa. Neste disco, a voz de Billie é ao mesmo tempo brilhante e despedaçada, como um espelho quebrado. A música "The End Of A Love Affair", é um testemunho assombroso de um romance que acabou, a música e a letra são inesquecíveis. "You've Changed" fala por si. Dizer que este álbum pode ser a história de sua vida seria apenas o óbvio. ‘Lady in Satin’ quando foi lançado, gerou polêmica. Alguns disseram que o álbum não deveria ter sequer sido lançado e que foi um insulto a Billie Holiday. Mas a mente mais aberta o saudou como uma obra-prima. Mesmo Billie o reivindicou como seu favorito. Ela gravou mais um álbum que foi lançado após a sua morte com 44 anos. ‘Lady in Satin’ foi introduzido no Hall da Fama do Grammy em 2000. download: billie holiday - I'm a fool to want you
01. I’m a Fool to Want You
02. For Heaven’s Sake
03. You Don’t Know What Love Is
04. I Get Along Wiyhout You Very Well
05. For All We Know
06. Violet for Your Furs
07. You’ve Changed
08. It’s Easy to Remember
09. But Beaultiful
10. Glad to Be Unhappy
11. I’ll be around
12. The End of a Love Affair
Lady in Satin (1958)
‘1001 Albums You Must Hear Before You Die’ (1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer), é um livro de referência musical editado por Robert Dimery, co-fundador da Revista Rolling Stone e que escreve para a Time Out e Vogue. Originalmente publicado em 2005, o livro é constituído por uma lista de 1001 discos lançados entre 1955 e 2008, escolhidos por críticos, divididos por décadas e organizados em ordem cronológica. O livro foi revisto em 2007, 2008 e 2009, para incluir álbuns recentes. Todos são analisados conforme a importância na época, impacto sobre o público e vendagem. Os brasileiros indicados são analisados por Andrew Gilbert, especialista em música brasileira. Os 1001 discos não são unanimidade e o ‘porque’ de uns estarem no livro e outros não, são perguntas inevitáveis, há muita porcaria e muitos esquecidos.
*** Agradeço ao amigo Feijó pela dica e incentivo.
Um comentário:
Extraordinário. Ao ouvir esse dico confesso que chorei... Não sou muito fã da Billie, acho ela exagerada na interpretação e pouco técnica, porém ela está tão vulnerável nesse disco que fui contaminado. Esse disco está em alta cota na minha coleção pessoal.
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